A Força Humana
A bicicleta é um meio de transporte tremendamente eficiente.
Na realidade a bicicleta é mais eficiente do que qualquer outra
forma de locomoção - inclusive andar! O bilhão
de bicicletas no mundo é um testemunho da sua eficiência.
O motor desse eficiente meio de transporte é o corpo humano.
Visto que a energia do corpo humano vem da comida, a dieta desempenha
um importante papel na performance do corpo. Diferentes grupos e tipos
de músculos fornecem a força. Herança genética,
treinamento intensivo e um impulso competitivo ajudam aos atletas de
elite ampliar as fronteira da resistência e da velocidade na bicicleta.
Até
Onde Você Quer Ir?
É necessário menos energia para pedalar uma milha do
que para caminhar uma milha. De fato, a bicicleta pode ser até
5 vezes mais eficiente do quer andar. Se você comparar a quantidade
de calorias (energia) queimadas pedalando, com a quantidade que um automóvel
queima, a diferença é assombrosa. Cem calorias pode transportar
um ciclista em três milhas (4,8 Km), mas transportaria um carro
em apenas 85 metros!
A Cultura da Bicicleta
Nos Estados Unidos (como também no Brasil) muitas pessoas ainda
consideram o ciclismo apenas como um esporte recreativo ou profissional.
Mas milhões de americanos descobriram que pedalar é um
excelente modo de ir para o trabalho ou se deslocar pela cidade. Alguns
ciclistas se unem e formam organizações e eventos, defendendo
assuntos importantes para os ciclistas.
A bicicleta carretou um grande impacto na cultura popular, também.
Na moda, a bicicleta foi largamente responsável pela mudança
no vestuário feminino no final do século passado. Espartilhos
restritivos e vestidos longos deram lugar às calças.
No mundo da arte, a bicicleta tem aparecido em pinturas e esculturas.
Mais notadamente na "Roue de Bicyclette" (Roda de Bicicleta) de Marcel
Duchamp, considerada a primeira escultura "readymade".
O Combustível
Diferentemente dos automóveis, que precisam de combustível
fóssil, os ciclistas são movidos à alimento, uma
fonte de energia renovável. O tipo de alimento que um ciclista
come pode afetar a performance. Todos nós precisamos de água,
proteínas, carboidratos, gordura, vitaminas e minerais para permanecer
saudáveis. Para os atletas de elite, manter um equilíbrio
adequado desses nutrientes é extremamente importante. A campeã
americana de cross-country, Ruthie Matthes, explicou, "fora da bicicleta
eu como muito vegetais e frutas, muito carboidratos - mas não
ao extremo, pois para isso eu como apenas arroz e batatas. Eu também
acrescento proteína". Durante as competições muitos
ciclistas usam bebidas energéticas (ricas em carboidratos), barras,
ou mesmo gel, como fonte instantânea de energia.
Fluidos
O corpo humano é constituído, na sua maior parte, de
água. Portanto, mesmo perder apenas 2% do fluido do corpo, através
do suor, pode afetar adversamente a performance. Atletas pedalando no
calor por longos períodos precisam ter cuidado. Desidratação
severa pode causar o esgotamento físico ou o choque e, em alguns
casos extremos, até mesmo a morte. Os ciclistas são instruídos
a beber alguns copos d'água antes de pedalar e beber freqüentemente
durante o exercício.
Como o seu Músculo Trabalha?
As
pernas do ciclista fornecem a força para pedalar. Músculos
ligados ao fêmur e à tíbia fazem a maior parte do
trabalho. O seu fêmur trabalha como uma alavanca e se ele for
maior do que a sua tíbia, fornecerá uma alavancagem extra
em cada pedalada. O comprimento do seu fêmur é determinado
pela genética, sendo assim se você tiver pernas curtas
deve culpar os seus pais. O comprimento do fêmur não é
tudo - são necessários os músculos para mover esses
ossos.
Milhares de finas fibras, parecidas com espaguete, formam o tecido
dos músculos. Essas fibras recebem mensagem do cérebro,
causando a sua contração. Os principais músculos
em atividade quando se pedala são o quadríceps e o bíceps
femural, na parte superior da perna, e os gastrocnêmicos e os
soleares, na barriga da pena. Esses músculos
se contraem em uma seqüência que cria a ação
de pedalar.
Anaeróbico versus Aeróbico
O cérebro manda a mensagem para os músculos, mas qual
é a fonte de energia dos músculos durante os milhares
de contrações que ocorrem durante uma pedalada longa?
Você provavelmente já ouviu os termos aeróbico
e anaeróbico. Estes termos descrevem duas formas nas quais
os seus músculos obtêm energia.
No exercício aeróbico o músculo recebe oxigênio
juntamente com glucose e ácidos graxos, levados pelo sangue,
para produzir ATP (adenosine triphosphate). ATP é a fonte de
energia que permite aos músculos contraírem. A capacidade
de se manter exercitando aerobicamente depende do fornecimento de oxigênio
e moléculas combustíveis (glucose e ácidos graxos)
para os seus músculos. E isso depende da circulação
e da respiração, fornecidas pelo seu coração
e pelos seus pulmões.
Quando o exercício é anaeróbico, os músculos
usam o estoque de glicogênio (que é formado a partir da
glucose), convertendo-o em ATP. Durante esse tipo de exercício
de alta intensidade os músculos estão produzindo energia
sem oxigênio - o sistema cardiovascular é incapaz de atender
a demanda. Existe um preço a pagar no exercício anaeróbico,
um subproduto chamado ácido láctico é formado.
Isso é que causa a sensação de queimor nos músculos
e provocam a sua fadiga mais rapidamente.
Em competições os ciclistas estão cientes dos
seus próprios limites físicos e tentam usar a sua capacidade
anaeróbica, mais limitada, estrategicamente. Ruthie Matthes explicou,
"uma das coisas mais difíceis na competição de
mountain bike é que logo na largada nós damos um 'sprint'.
A primeira pessoa a entrar na 'single track' (trilha estreita) ou a
saltar na frente do pelotão, tem a vantagem, então desde
a largada nos entramos na zona anaeróbica. Isso pode ser muito
duro. Precisamos treinar nosso corpo para que ele se adapte a isso".
Fibras de Contração Lenta & Rápida
Todos os músculos são constituídos de dois tipos
de fibras. As fibras de contração rápida se movem
2 a 3 vezes mais rápido do que as fibras de contração
lenta, mas elas cansam mais facilmente. As fibras de contração
rápida, logicamente, são usadas nos 'sprints' e subidas
rápidas. Por outro lado, as fibras de contração
lenta são usadas nas pedaladas de longa distância, de moderada
intensidade.
A maioria das pessoas têm a metade dos seus músculos constituídos
de fibras de contração lenta e a outra metade de fibras
de contração rápida. No entanto, a genética
faz, novamente, a diferença. Alguns corredores de longa distância
têm até 80% de fibras de contração lenta,
enquanto os 'sprinters' tendem a ter mais fibras de contração
rápida.
A Motivação para Pedalar
A genética pode, certamente, desempenhar um papel na determinação
se um ciclista será um campeão ou não, mas a motivação
para vencer e competir têm, também, que estar presentes.
Longas horas de treinamento e intensiva competição requer
que o ciclista seja extremamente determinado. Além disso, o ciclismo
competitivo requer atenção aos detalhes e técnicas
precisas.
As
pessoas que usam a bicicleta como transporte ou pedalam como recreação,
podem não ter a extrema determinação que um ciclista
profissional tem, mas todavia o ciclismo apresenta desafios e recompensas
para todos que pedalam. A maioria dos ciclistas concordam que o ciclismo
não apenas melhora a saúde física, mas também
a atitude mental. Sensação de realização
e de independência são sentimentos que todos os ciclistas
compartilham. Talvez seja por isso que o ciclismo é, para muitos,
mais do que um esporte ou um meio de transporte - é uma paixão.
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