Transmissão e Câmbio
O desenvolvimento da transmissão por corrente ajudou a tornar
possível a criação da bicicleta que conhecemos
hoje. A corrente eliminou a necessidade do ciclista ficar diretamente
sobre a roda dianteira. Ao invés disso, o ciclista pôde
ficar posicionado entre as duas rodas, com um melhor equilíbrio.
Com o advento do câmbio de marchas, o ciclista também pôde
pedalar mais eficientemente. Foi possível desfrutar maiores velocidades
e maior facilidade nas subidas íngremes.
As Primeiras Transmissões
Leonardo Da Vinci é tido como o criador da idéia da corrente
e roda dentada, no século XV. No entanto, levou aproximadamente
400 anos para idéia se tornar um aspecto prático no projeto
de bicicletas. Para a transmissão por corrente ser efetiva é
preciso transmitir potência eficientemente, das pernas do ciclista
para a roda traseira. Deve ser, também, projetada de tal forma
que a resistência ao movimento do pedal esteja dentro de um faixa
confortável par o ciclista. O desenvolvimento de materiais mais
fortes e outros avanços tecnológico e da engenharia tornaram
isso possível. Por volta dos anos 1880 a transmissão por
corrente era lugar-comum.

O moderno sistema de transmissão e câmbio
O Benefício das Marchas
A transmissão por corrente sozinha (sem marchas) é eficiente
nas superfícies planas e nas descidas. No entanto, pedalar contra
o vento, subir uma ladeira ou mesmo sair com uma bicicleta sem marchas,
leva o ciclista a ficar em pé no pedal e se esforçar,
pedalando em baixa cadência. As marchas permitem ao ciclista pedalar
em um ritmo confortável e eficiente, seja subido ou descendo
ladeiras, contra ou a favor do vento.
Nas velhas bicicletas de roda alta os pedais eram conectados diretamente
na roda. Uma volta do pedal eqüivalia a uma volta da roda. As marchas
possibilitaram ao ciclista mudar essa relação. Para as
ladeiras íngremes, escolhemos uma relação de marcha
que nos faz girar os pedais várias vezes para girar a roda apenas
uma vez. No plano ou na descida, devemos escolher uma marcha que gira
a roda várias vezes para cada volta dos pedais.
Contando os Dentes
Um método simples para se determinar a relação
de velocidade em uma determinada marcha é contar o número
de dentes da coroa e, então, o número de dentes do pinhão
traseiro (da catraca). Por exemplo, se a coroa tem 54 dentes e o pinhão
tem 27, significa que para cada volta do pedal a corrente passa por
54 dentes, o que faz com que o pinhão de 27 dentes gire duas
vezes (girando a roda traseira duas vezes). Isto representa uma relação
de 2 para 1. Se o pinhão tivesse 11 dentes, a relação
seria próxima de 5 para 1, e assim sucessivamente.
A
animação ao lado demostra a rotação da coroa
e do pinhão de uma bicicleta. Note que para cada volta da roda
dentada maior (coroa) o pinhão traseiro gira duas vezes. A animação
também produz uma interessante ilusão de ótica,
onde os "raios" da coroa aparentam estar se movendo em sentido contrário.
Os Métodos "Penny Farthing" e Francês.
O
método de contar os dentes das rodas dentadas é apenas
uma das maneiras de calcular a relação de velocidade.
Na Inglaterra, a relação de velocidade é convertida
no diâmetro da roda maior da bicicleta de roda alta, chamada de
"Penny Farthing". O exemplo citado anteriormente usa uma relação
de 2 para 1. Para convertê-la, o diâmetro da roda traseira
deve ser multiplicado por 2. Uma relação de 2 para 1 numa
bicicleta com uma roda de 27 polegadas de diâmetro, seria equivalente
a uma roda 54 polegadas de diâmetro em uma bicicleta de roda alta.
Na França é usado o sistema métrico. Eles multiplicam
a circunferência da roda, em metros, pela relação
de velocidade. Usado novamente o exemplo anterior, para uma relação
de 2 para 1 e um pneu com 1,5 metros de circunferência, o resultado
seria 3 metros. Esse sistema, diferentemente do sistema inglês,
indica qual a distância percorrida com uma volta dos pedais.
A Cadência
As marchas permitem que o ciclista mantenha a cadência (o ritmo
da pedalada) que o torna mais eficiente. Enquanto existem muitas opiniões
sobre qual é, exatamente, a cadência ideal para se pedalar,
todos parecem concordar que a cadência é importante. De
acordo com Paul Doherty, Cientista Sênior do Exploratorium, "o
corpo humano produz mais energia para pedalar, de forma mais eficiente,
em certas cadências. Eu procuro manter minha cadência entre
60 e 90 giros por minuto". A maioria dos ciclistas recreativos pedala
muito lentamente, gastando energia de forma ineficiente, em marchas
altas.
Os ciclistas profissionais têm cadências muito altas. A
cadência dos ciclistas de estrada podem variar entre 75 e 120
giros por minuto. O mountain biking é outra estória. A
campeã americana de "cross-country", Ruthie Matthes, explicou,
"no mountain biking as vezes você estará subindo um ladeira
muito íngreme, talvez a 50 giro por minuto (rpm) e, em seguida,
descendo muito rápido sem mesmo pedalar, apenas se equilibrando
na bicicleta, sem frear, indo o mais rápido que você consegue.
No mountain biking existe uma ampla faixa de cadências utilizadas"
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